O tempo do Natal se iniciou com esta Solenidade magna, e se aprofunda por alguns dias, período em que celebramos importantes fatos da vida cristã: a Sagrada Família; a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima; a Epifania do Senhor e, fechando este ciclo, o Batismo de Jesus. O termo Epifania possui origem grega e significa manifestação, revelação. Em seu contexto litúrgico, simboliza a visita dos três magos do Oriente - tradicionalmente conhecidos como Reis Magos - ao Menino Jesus, guiados por uma estrela, prefigurando aquela criança, a Luz dos povos.
Essa solenidade marca a manifestação de Jesus a todos os povos do universo - simbolizados na pessoa dos magos - e o reconhecimento destes de aquele menino era o Divino Salvador. Por isso, eles oferecem a Jesus o melhor que possuem e, mais que isso, os presentes revelam a essência de Cristo: ouro (reconhecimento da realeza), incenso (símbolo da divindade) e mirra (referência à morte do Salvador e à sua humanidade).
É preciso destacar que Jesus, o "Emmanuel - Deus Conosco" se revelou e se mostrou ao mundo desde o momento de seu nascimento, portanto os primeiros a adorá-lo foram os humildes pastores, impulsionados pelo anúncio do anjo. Mas, o sentido de se celebrar a Epifania do Senhor em uma data separada tem por objetivo demonstrar de maneira clara que Cristo veio para salvar a todos e deseja que todos os povos o conheçam.
Segundo a tradição cristã, a Epifania é celebrada em 6 de janeiro, no Brasil, porém, essa festividade foi transferido para o domingo seguinte. A data marca, para nós católicos, o dia da adoração dos Reis, a qual a
tradição, surgida no século VIII, converteu nos santos Belchior, Gaspar e
Baltazar. Nesta data, ainda, encerram-se os festejos natalinos – sendo o
dia em que são desarmados os presépios e, por conseguinte, são
retirados todos os enfeites natalinos.
O tema da luz domina a solenidade do Natal e da Epifania, que,
antigamente e ainda hoje no Oriente, estavam unidas numa só grande
“festa das luzes”. No sugestivo clima da Noite Santa, apareceu a luz;
nasceu Cristo “luz dos povos”. É Ele o “sol que surge do alto” (cf. Lc,
1,78). Sol vindo ao mundo para dissipar as trevas do mal e inundá-lo com
o esplendor do amor divino. Escreve o evangelista João: “O Verbo era a
luz verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina” (Jo 1, 9).
Hoje, na Solenidade da “Epifania” – que significa “Manifestação” – volta
com vigor o tema da luz. Hoje, o Messias, que em Belém se manifestou a
humildes pastores da região, continua a revelar-se luz dos povos de
todos os tempos e de todos os lugares. Para os magos, vindos do Oriente
para adorá-Lo, a luz do “Rei dos judeus que acaba de nascer” (Mt 2, 2)
assume a forma de um astro celeste, muito brilhante, a ponto de atrair o
seu olhar e os guiar até Jerusalém. Põe-nos, assim, nas pegadas da
antigas profecias messiânicas: “Uma estrela sai de Jacó e um cetro
flamejante surge do seio de Israel…” (Nm 24, 17).
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