segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Solenidade do Natal

Lucas situa o nascimento de Jesus na história do império romano: a realização de um recenseamento. Por ser José originário de Belém deveria ele recensear-se aí. Belém era a cidade de Davi. E José era da "casa e da família de Davi"(Lc 2,4). Maria o acompanha para recensear-se também. Em Belém, Maria dá à luz o filho, que trazia em seu ventre, numa humilde habitação.Um local impróprio para o nascimento de uma criança. e repousa na simplicidade de uma manjedoura. Jesus nasce na extrema pobreza.
Os primeiros a receberem a notícia são humildes pastores. É através deles que Deus proclama o jubiloso acontecimento. Diz o evangelista que "a glória do Senhor envolveu-os de luz; e ficaram tomados de grande temor"(Lc 2,9). E um anjo lhes diz: "Não tenhais medo! Eis que vos anuncio uma grande alegria"(Lc 2,10). A alegria era a intervenção única de Deus na história da salvação humana: "Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo Senhor"(Lc 2,11). Começa a era Messiânica. Chega ao termo a longa preparação de um povo para a vinda do Messias. A plenitude dos tempos. a última etapa da salvação da criatura humana.
Jesus nasce não só para os pastores e para o povo de Israel, mas para todos os povos e para toda a criatura humana. Nasceu como nosso Salvador. Salvador não de natureza política-nacionalista, mas espiritual. Salvador que exige disposição interior e virtudes morais.
Não é ele simplesmente o Messias, mas, o Cristo-Senhor. É mais que um grande enviado de Deus. É o próprio Filho de Deus feito homem. É o verbo que se fez carne e habitou entre nós.É Deus que entra na história humana e se faz um de nós. Esta presença de Deus na história humana é anunciada na noite de natal pelo cântico angélico: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que ele ama" (Lc 2,14).
O acontecimento do nascimento do Filho de Deus presta a Deus o máximo de glória e revela a vontade salvífica de Deus. a glória de Deus se torna visível em Jesus recém-nascido. É ele a luz que ilumina as nações e a glória do povo de Israel(Lc 2,32), nas palavras do velho Simeão. Seu nascimento é o início de uma nova era de paz. O Deus da paz traz ao mundo a paz por seu Filho Jesus recém nascido. é mensageiro e portador da paz, Dom gratuito de Deus ao homem.
Na paz e na alegria, celebremos, mais uma vez, o acontecimento do nascimento do Filho de Deus.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Advento: Preparação para o Natal

O Advento é um tempo especial em que somos convidados a uma atitude de vigilância e expectativa, preparando-nos para a celebração do nascimento de Jesus Cristo. As leituras deste tempo nos convidam à vigilância, à oração, à conversão, à abertura para ouvir e acolher a palavra de Deus como fez Maria. São textos proféticos que nos incitam à mudança de vida, à espera do Salvador que vem, vivendo hoje o mesmo espírito de preparação do povo do Antigo Testamento.
O Advento é tempo de espera desse grande evento da história humana: a visita do nosso Deus e Pai pelo nascimento de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a grande graça de Deus para nós. A percepção desta graça leva a nós cristãos a festejar. Esta festa é tão alegre, grande e contagiante que dela participam até aqueles que não o conhecem ou se tornaram indiferentes a Ele.
A cor dos parâmentos do altar e as vestes do sacerdote é o roxo, igual à da Quaresma, que simboliza austeridade e penitência. São quatro os temas que se apresentam durante o Advento:  
- I Domingo A vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas e a prédica são um convite com as palavras do Evangelho: “Velem e estejam preparados, pois não sabem quando chegará o momento”. É importante que, como uma família, tenhamos um propósito que nos permita avançar no caminho ao Natal; por exemplo, revisando nossas relações familiares. Como resultado deveremos buscar o perdão de quem ofendemos e dá-lo a quem nos tem ofendido para começar o Advento vivendo em um ambiente de harmonia e amor familiar. Desde então, isto deverá ser extensivo também aos demais grupos de pessoas com as quais nos relacionamos diariamente, como o colégio, o trabalho, os vizinhos, etc.  
- II Domingo A conversão, nota predominante da predica de João Batista. Durante a segunda semana, a liturgia nos convida a refletir com a exortação do profeta João Batista: “Preparem o caminho, Jesus chega”. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; como seguinte passo, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) que nos devolve a amizade com Deus que havíamos perdido pelo pecado.
- III Domingo O testemunho, que Maria, a Mãe do Senhor, vive, servindo e ajudando ao próximo. Na sexta-feira anterior a esse Domingo é a Festa da Virgem de Guadalupe, e precisamente a liturgia do Advento nos convida a recordar a figura de Maria, que se prepara para ser a Mãe de Jesus e que além disso está disposta a ajudar e a servir a todos os que necessitam. O evangelho nos relata a visita da Virgem à sua prima Isabel e nos convida a repetir como ela: "quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha a visitar-me"?
- IV Domingo O anúncio do nascimento de Jesus feito a José e a Maria. As leituras bíblicas e a prédica, dirigem seu olhar à disposição da Virgem Maria, diante do anúncio do nascimento do Filho dela e nos convidam a “aprender de Maria e aceitar a Cristo que é a Luz do Mundo”. Como já está tão próximo o Natal, nos reconciliamos com Deus e com nossos irmãos; agora nos resta somente esperar a grande festa. Como família devemos viver a harmonia, a fraternidade e a alegria que esta próxima celebração representa. Todos os preparativos para a festa deverão viver-se neste ambiente, com o firme propósito de aceitar a Jesus nos corações, as famílias e as comunidades.
(extraído de Catequese Católica)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Dízimo: Compromisso do Cristão

O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal - mas também como direito - em relação à manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. O dízimo é uma forma concreta de manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a esperança em seu Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a caridade na vida em comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. Pelo dízimo, podemos viver essas três importantes virtudes cristãs, chamadas de virtudes teologais, porque nos aproximam diretamente de Deus. O dízimo é compromisso de cada cristão. É uma forma de devolver a Deus, num ato de agradecimento, uma parte daquilo que se recebe. Representa a aceitação consciente do dom de Deus e a disposição fiel de colaborar com seu projeto de felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e partilha, já que tudo o que temos e recebemos vem de Deus e pertence a Deus. 
O valor é definido pelo próprio dizimista. É uma simples questão de consciência. A Igreja não vai fazer qualquer indagação quanto ao valor da contribuição. Não se deve, portanto, a Igreja, fazer qualquer indagação quanto ao valor da contribuição. Muito se fala sobre a questão de que o valor deveria ser de 10% do salário, no entanto, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), considerando a condição sócio-econômica do povo brasileiro modificou este valor para 1% dos rendimentos mensais.
O Dízimo deve ser pessoal, ou seja, cada pessoa que possui rendimentos deve doar o seu. Se em uma família, marido, esposa e filhos tiverem rendimentos diversificados, pessoais, cada um deve inscrever-se como dizimista, devolvendo os dízimos dos seus rendimentos.
As arrecadações do dízimo são utilizadas nas necessidades da Igreja, como a manutenção das capelas, da casa paroquial, as Obras Sociais e os pagamentos de contas e funcionários da Paróquia. Além disso, parte dessa quantia - 12% - vai para a Diocese, pois ela também precisa se manter e organizar as pastorais em nível diocesano. Ela promove desde a formação de novos sacerdotes, capacitação de leigos através de cursos até a manutenção de órgãos burocráticos.
O mês de novembro na Forania Sant'Ana de Itaúna está sendo dedicado às reflexões sobre o Dízimo e sua importância para a organização da Igreja, proporcionando deste modo um meio de conscientização dos fieis e incentivando-os a serem dizimistas.
Lembre-se: Dízimo é Ato de Amor e nosso COMPROMISSO!!!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ano da Fé

O Ano da Fé iniciará em 11 de outubro de 2012, no 50º aniversário de abertura do Concílio Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei do Universo. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. Já o Servo de Deus Papa Paulo VI, em 1967, proclamou um ano semelhante, para celebrar o 19º centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo.
"Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, 'não perdem o seu valor nem a sua beleza'. [...] Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: 'Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja'", escreve Bento XVI na Carta Apostólica divulgada nesta segunda-feira.
Em 11 de Outubro de 2012, além dos 50 anos da convocação do Vaticano II, também se completarão 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo Beato Papa João Paulo II. Conforme Bento XVI, este Ano deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo a sua síntese sistemática e orgânica. 
O Ano da Fé também será uma ocasião propícia para intensificar o testemunho da caridade. "A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho. [...] Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. [...] À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça", escreve.
O Bispo de Roma convida também seus Irmãos Bispos de todo o mundo a comemorar o dom precioso da fé. "Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia. [...] Esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano".
O Papa analisa que nos dias atuais, mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm de uma mentalidade que reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. "Mas a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas tendem, embora por caminhos diferentes, para a verdade", ensina.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Brasil Missionário: Partilha Tua Fé

O tema do mês missionário deste ano, “Brasil Missionário, Partilha a tua Fé”, pretende evidenciar uma realidade pouco conhecida: a presença atuante de missionários brasileiros em todos os continentes. Graças a Deus, isso representa uma grande riqueza para a nossa Igreja, mas não podemos achar que é suficiente. Pela potencialidade, o Brasil pode ajudar muito mais.
Em concordância com a animação missionária proposta pelo  Papa Bento XVI em sua mensagem para o dia mundial das missões, Sua Santidade lembra que “neste ano, a celebração do Dia Mundial das Missões reveste-se de um  significado muito particular. A ocorrência do cinquentenário do início do Concílio Vaticano II, a abertura do Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos cujo tema é a nova evangelização concorrem para reafirmar a vontade da Igreja se empenhar, com maior coragem e ardor, na missio ad gentes, para que o Evangelho chegue até aos últimos confins da terra”, conclui o Papa.
Para tanto, o Papa Bento XVI reafirma o mandato permanente da missão: “ (...) ao proclamar o Ano da Fé, escrevi que Cristo hoje, como outrora, envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (Carta ap. Porta fidei, 7)”, comenta Bento XVI.
Desta forma, a evangelização deve ser em nossa consciência prioridade: “Como São Paulo, devemos ser solícitos pelos que estão longe, por quantos ainda não conhecem Cristo nem experimentaram a paternidade de Deus, conscientes de que a cooperação se alarga hoje para novas formas, não só no âmbito da ajuda econômica mas também na da participação direta na evangelização (João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio, 82)”, nos relata o papa.
Desta maneira, a Igreja no Brasil nos convida a perpassar a atividade missionária em uma experiência de fé que quando partilhada gera o conteúdo essencial da missão “Fé e anúncio”. Assim, é preciso reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para se promover uma nova evangelização de nossas comunidades que ainda bebe o pouco da antiga tradição cristã que estão a perder a referência a Deus, e deste modo voltarem a descobrir a alegria de crer em Jesus Cristo.  
“A preocupação de evangelizar não deve jamais ficar à margem da atividade eclesial e da vida pessoal do cristão, mas há de caracterizá-la intensamente, cientes de sermos destinatários e ao mesmo tempo missionários do Evangelho. O ponto central do anúncio permanece sempre o mesmo: o Kerigma de Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo, o Kerigma do amor absoluto e total de Deus por cada homem e cada mulher, cujo ponto culminante se situa no envio do Filho eterno e unigênito, o Senhor Jesus, que não desdenhou assumir a pobreza da nossa natureza humana, amando-a e resgatando-a do pecado e da morte por meio da oferta de Si mesmo na cruz”, nos instrui Bento XVI.
Para tanto, a POM (Pontifícia Obras Missionárias) propõe todos os anos a Campanha Missionária que acontece durante o mês de outubro e procura envolver todos os cristãos, com os grupos e as comunidades, nas Dioceses e Regionais. É um tempo propício, para refletir sobre a nossa responsabilidade com a missão universal. Assim o tema proposto, “Brasil missionário, partilha tua fé”, quer motivar e valorizar o que já fazemos e o quanto precisamos avançar. É nosso compromisso viver a solidariedade, a partilha e a ajuda mútua em todas as partes do mundo, seja na oração, no testemunho e na generosidade com a oferta.
As POM do Brasil querem ajudar a despertar e criar em cada cristão maior consciência e espírito missionário. Na vida e ação pessoal e comunitária, precisamos responder ao mandato de Jesus: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 19-20).
Portanto, o convite a partilhar a fé nos recorda que a tarefa missionária continua urgente e sem fronteiras, principalmente nas comunidades de nossa diocese que muito urge um anseio do anúncio e da partilha da palavra e da fé cristã diante da realidade de nosso tempo em combate à crise de fé que atinge nosso povo. Assim, a Diocese de Assis é chamada a assumir com generosidade o lugar que lhe compete nesta Obra de Deus em prol da Missão.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Solenidade da Exaltação de Santa Cruz

A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos hoje, 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.
A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)
No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)
Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!”
A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Discípulos e Missionários segundo o Evangelho de Marcos

A Bíblia, desde sempre, faz parte da caminhada do povo de Deus. “É nela que penduramos todo o nosso trabalho”, conforme nos ensina frei Carlos Mesters. A partir do Concílio Vaticano II, marco fundamental para o florescimento de uma Pastoral Bíblica da Igreja no Brasil, a Bíblia foi conquistando espaço e recuperando sua condição de valor fundamental na vida e na missão da Igreja.
No Brasil, o desejo de conhecimento e de vivência da Palavra fez surgir, com muito sucesso, a prática da leitura e reflexão da Bíblia nas famílias, nos quarteirões, nos círculos bíblicos, em grupos de reflexão, grupos de rua.
O Mês da Bíblia, criado em 1971 com a finalidade de instruir os fiéis sobre a Palavra de Deus e a difusão da Bíblia, também foi fundamental para aproximar a Bíblia do povo de Deus. Propondo um livro – ou parte dele – para ser estudado e refletido a cada ano, o Mês da Bíblia tem contribuído eficazmente para o crescimento da animação bíblica de toda pastoral.
Em continuidade a esta história, a Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-catequética da CNBB definiu que, no Mês da Bíblia dos próximos quatro anos (2012-2105), serão estudados os evangelhos de Marcos (2012), Lucas (2013) e Mateus (2014), conforme a sequência do Ano Litúrgico, completando com o estudo de João em 2015.
Esta sequência repete a experiência feita entre 1997-2000, por ocasião da celebração do Jubileu 2000. O enfoque, agora, é outro. Visa reforçar a formação e a espiritualidade dos agentes e dos féis através do seguimento de Jesus, proposto nos quatro evangelhos. Está tanto na perspectiva de discípulos missionários e da Missão Continental, conforme nos pede a Conferência de Aparecida, quanto no esforço da Nova Evangelização proposta pelo papa Bento XVI.
Cada evangelho será relido na perspectiva da formação e do seguimento, destacando o que é específico de cada evangelista, bem como da comunidade que está por trás de cada evangelho.
O tema escolhido pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é: Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Marcos, e o lema é: Coragem! Levanta-te! Ele te chama! É a expressão presente na narrativa da cura do cego Bartimeu em Mc 10,49. È um texto relevante em Marcos, que nos mostra cada etapa do processo de discipulado e de seguimento de Jesus Cristo.
Com esse projeto da CNBB e o aprofundamento do Mês da Bíblia, damos um novo passo na nossa ação evangelizadora, em continuidade com as ricas experiências e conquistas da Animação Bíblica no Brasil, que tem por objetivo proporcionar a todos os batizados uma experiência mais profunda da fé cristã, possibilitando um encontro pessoal com Jesus Cristo vivo e, por ele, com o Pai, no Espírito Santo.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Festa de Nossa Senhora da Piedade 2012

Com Maria queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo

Com este tema, a Paróquia Nossa Senhora da Piedade em Itaúna celebra entre os dias 9 e 16 de setembro a tradicional Festa de sua Padroeira. Venha participar conosco!
Veja a programação completa do Setenário e Festa de Nossa Senhora da Piedade 2012:

               Domingo (9 de setembro)                 
"Queremos ser uma Igreja discípula e missionária a serviço da Vida"
19h - Recitação do Terço
19h30 - Solenidade de Abertura das Festividades com a presença dos Atiradores do Tiro de Guerra de Itaúna. Em seguida, Celebração Eucarística.
> Celebrante: Padre Zezinho
> Convidados: Comunidade N Sra do Perpétuo Socorro (Aeroporto)

                                                     Segunda-feira (10 de setembro)                                           
"Queremos viver como discípulos e missionários de Jesus Cristo na Igreja e no mundo"
19h - Recitação do Terço
19h30 - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Gilmar Pinheiro Marques
> Convidados: Comunidade São Judas Tadeu (Bairro São Judas)

                                                        Terça-feira (11 de setembro)                                              
"Queremos testemunhar a comunhão como discípulos e missionários"
19h - Recitação do Terço
19h30 - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Marcos Antônio Rocha
> Convidados: Comunidade Santa Bárbara (Morro do Sol)

                                                      Quarta-feira (12 de setembro)                                              
"Queremos amar os pobres como discípulos e missionários"
19h - Recitação do Terço
19h30 - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Euclydes Bebiano dos Santos (Comunidade Getsêmani)
> Convidados:Grupo de Jovens JAR

                                                      Quinta-feira (13 de setembro)                                              
"Queremos caminhar na estrada de Jesus como discípulos e missionários"
19h - Recitação do Terço
19h30 - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Ulysses César Nogueira Alvim
> Convidados: Comunidade Santa Luzia (Parque Jardim)

                                                     Sexta-feira (14 de setembro)                                                 
"Queremos acolher o nosso próximo como discípulos e missionários"
19h - Recitação do Terço
19h30 - Celebração Eucarística
> Celebrante: Monsenhor José Carlos Campos
> Convidados: Comunidade São Cristóvão (Jadir Marinho / Centenário)

                                                        Sábado (15 de setembro)                                                  
"Queremos seguir Jesus Cristo assumindo uma vocação como discípulos e missionários"
 8h - Rua de Lazer com as crianças da Catequese
15h - Celebração Eucarística para todos os Enfermos e Idosos
> Celebrante: Padre Carlos Henrique Alves Resende
19h - Recitação do Terço
19h30 - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Adriano Bolognani
> Convidados: Paróquia Sant'Ana (Centro)
* Após a Missa - animadas barraquinhas e show

                                                       Domingo (16 de setembro)                                                 
FESTA DA PADROEIRA NOSSA SENHORA DA PIEDADE
 6h - Carreata com a imagem de Nossa Senhora da Piedade (conduzida pelo Corpo de Bombeiros) passando pelas ruas de nossas comunidades
7h - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Everaldo Quirino Ferreira
10h - Celebração Eucarística
> Celebrante: Padre Zezinho
> Convidados: Catequese Infantil e Crisma
19h - Procissão com a imagem de Nossa Senhora da Piedade (participação da Banda Marcial de Itaúna)
> Trajeto: Maestro Azarias, Treze de Maio, Guarani, João da Cruz, Goiás, Treze de Maio, Maestro Azarias
19h30 - Celebração Eucarística, seguida pela Bênção das Violetas
> Celebrante: Padre Zezinho
> Convidados: Comunidades de nossa Paróquia (S. Geraldo, Sto Agostinho / Sta Mônica, N. Sra Nazaré, S. Benedito, Sagrada Família), amigos e devotos de Nossa Senhora da Piedade
* Após a Missa - animadas barraquinhas e show

domingo, 2 de setembro de 2012

Setembro: Mês da Bíblia

 "Tua Palavra é lâmpada para meus pés e luz para meu caminho"

Estamos em setembro, e no Brasil já é uma tradição que este mês seja lembrado como o “Mês da Bíblia”. Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o Mês da Bíblia em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30.  
São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi o secretário do Papa Dâmaso e por ele encarregado de revisar a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa versão latina feita por esse santo recebeu o nome de Vulgata, que, em latim, significa "popular" e o seu trabalho é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias.
Ao celebrar o Mês da Bíblia, a Igreja nos convida a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus, a amá-la cada vez mais e a fazer dela, a cada dia, uma leitura meditada e rezada. É essencial ao discípulo missionário o contato com a Palavra de Deus para ficar solidamente firmado em Cristo e poder testemunhá-Lo no mundo presente, tão necessitado de Sua presença. “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo  é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DA 247).
A Bíblia contém tudo aquilo que Deus quis nos comunicar em relação à nossa salvação. Jesus é o centro e o coração da Sagrada Escritura. Em Jesus se cumprem todas as promessas feitas no Antigo Testamento para o povo de Deus.
Ao lê-la, não devemos nos esquecer de que Cristo é o ápice da revelação de Deus. Ele é a Palavra viva de Deus. Todas  as palavras da Sagrada Escritura têm seu sentido definitivo n'Ele, porque é no mistério de Sua Morte  e Ressurreição que o plano de Deus Pai para a nossa salvação se cumpre plenamente.

(Dom Raymundo Damasceno Assis
Cardeal-Arcebispo de Aparecida/SP)

sábado, 18 de agosto de 2012

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

A Assunção de Maria é a crença professada pelos cristãos católicos e ortodoxos, segundo a qual a Virgem Maria foi levada em corpo e alma para a glória celeste pouco depois de sua morte. A festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a "Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria" pelos católicos, e como a Dormição por cristãos ortodoxos.
A Igreja Católica Romana ensina esta crença como um dogma de que a Virgem Maria "ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial." Isto significa que Maria foi transportada para o céu com o seu corpo e alma unidas. Esta doutrina foi dogmaticamente e infalivelmente definida pelo Papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950, na sua Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. A data definida para esta celebração solene é o dia 15 de agosto, porém, para facilitar e para que um maior número de fieis possam participar, a CNBB transferiu essa festa para o domingo seguinte ao dia 15 - 3º Domingo do mês de agosto.
Eis  um trecho de um sermão de São João Damasceno, sobre o mistério da ressurreição e Assunção de Nossa Senhora:  “Quando a alma da Santíssima Virgem se lhe separou do puríssimo corpo, os Apóstolos presentes em Jerusalém, deram-lhe sepultura em uma gruta do Getsêmani. Tradição antiqüíssima conta que,  durante três dias, se ouviu doce cantar dos Anjos. Passados três dias não mais se ouviu o canto. Tento entretanto chegado também Tomé e desejando ver e venerar o corpo,  que tinha concebido o Filho de Deus, os Apóstolos  abriram o túmulo  mas não  acharam mais vestígio do corpo imaculado de Maria, Nossa Senhora.   Encontraram apenas as mortalhas, que tinham envolvido o santo corpo, e perfumes  deliciosos enchiam o ambiente. Admirados de tão grande milagre, tornaram a  fechar o sepulcro, convencidos de que Aquele  que quisera encarnar-se no seio puríssimo da Santíssima Virgem, preservara também da corrupção este corpo virginal e o honrara pela gloriosa assunção ao céu, antes da ressurreição geral”.
É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos.
Esta a fé universal na Igreja desde tempos remotíssimos. A Virgem Maria ressuscitou, como Jesus, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado. Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada no palácio real da glória. Não subiu ao Céu, como fez Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e privilégio, que Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus.

domingo, 12 de agosto de 2012

Vocação Familiar

No segundo domingo do mês vocacional celebramos a vocação da família, tendo presente o dia dos pais. A família vem sofrendo muita violência e agressão, em seu sentido e em seus valores, passando por um processo de desestruturação. Mas é verdade também que existe um clima favorável à reflexão, à oração, ao afeto, à gratidão para com os pais, uma retomada do lugar fundamental da família. A família é chamada por Deus a ser pai, a ser mãe, a gerar vida, a ser testemunhas do amor e da fraternidade. É sinal de Deus Pai Criador. A Igreja no Brasil, consciente da importância da família no plano da salvação e no projeto de evangelização, quis lhe dedicar um dia especial. Nesse sentido o segundo domingo de agosto é dedicado à família como vocação e missão.
A família, pelo sacramento do matrimônio, participa da missão educativa da Igreja, que é mestra e mãe. Denominada igreja doméstica a família oferece as condições favoráveis para o nascimento e o crescimento das vocações. As famílias têm a missão de educar seus filhos e filhas para uma autêntica vida cristã. Ao cultivarem os valores da fé a família abre espaços e tempos para que os filhos possam discernir o chamado de Deus. Na verdade uma autêntica família cristã, testemunha fiel no mundo e comprometida com os ministérios na comunidade, proporciona um confronto sadio entre os ideais e sonhos dos adolescentes e jovens com as propostas do Evangelho, às necessidades da Igreja e da humanidade. A família é o celeiro, é o campo e a messe, é a sementeira das vocações e dos ministérios.
A família é chamada a constituir a Igreja doméstica. É a expressão visível do amor de Cristo pela sua igreja, sacramento de Cristo. É na família que é possível expressar as mais variadas formas de amor:
Amor conjugal: é na entrega mútua, no relacionamento fecundo e construtivo que esposa e esposo desenvolvem sua potencialidade e se realizam plenamente como pessoa.
Amor paternal e maternal: agradecidos a Deus pela continuidade do seu amor que se encarna no dom dos filhos, os pais retribuem esta dádiva amando, protegendo e educando seus filhos para se integrarem na comunidade e na sociedade.
Amor filial: é como se fosse uma ação de graças, isto é, devolver aos pais a graça da vida que um dia lhe deram. Os filhos desenvolvem um amor aos pais como gratidão por tudo que lhes concederam.
Amor fraternal: é o amor entre os irmãos e a experiência do amor oblativo e caritativo, sair do seu convívio familiar, perceber que há um círculo maior de pessoas e começar a compreender que somos todos irmãos. É aí que se desenvolve a sensibilidade aos problemas do mundo.
No dia da família, de sua vocação e de sua missão na Igreja e no mundo, elevemos nosso louvor a Deus e nossa gratidão aos pais e à família que temos. Mesmo que muitos homens e mulheres não assumiram sua responsabilidade de pais, mesmo que muitos filhos e filhas estejam abandonados e excluídos de um aconchego familiar, de uma casa, temos a responsabilidade de anunciar e propor a família e seus valores como fundamentais para que a vida não se perca e o Evangelho seja vivido e anunciado. Nossa vocação é a da inclusão de todos em uma família, que seja fraterna, justa, solidária, missionária, evangelizadora.

sábado, 4 de agosto de 2012

São João Maria Vianney, Patrono dos Padres

João Maria Batista Vianney sem dúvida alguma, se tornou o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ele nasceu em 8 de maio de 1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França. Seus pais, Mateus e Maria, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de freqüentar a igreja e desde a infância dizia que desejava ser um sacerdote.
Vianney só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia, escola que freqüentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês, pois em sua casa se falava um dialeto regional.
Para seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai. Mas com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário de Écully, onde os obstáculos existiam por causa de sua falta de instrução.
Foram poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos estudos, especialmente de filosofia e teologia. Entretanto era um verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé em Cristo.
Em 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. Porém para Deus ele era um homem extraordinário e foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja já teve.
Durante o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente. Foi então designado vigário geral na cidade de Ars-sur-Formans. Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos não-praticantes e afamados pela violência. Por isso a igreja ficava vazia e as tabernas lotadas.
Ele chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na estrada ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: "Tu me mostraste o caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu". Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.
Treze anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa, conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele homem que eles consideravam um santo.
Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com eles.
A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos acorriam para paróquia de Ars com um só objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele. Mesmo que para isto tivessem de esperavam horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações.
O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes e o dia de sua festa, 4 de agosto, escolhido para celebrar o Dia do Padre.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Agosto: Mês Vocacional

O mês de agosto ficou consagrado como “Mês Vocacional” em 1981 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, na sua 19ª Assembléia Geral. Em 1983, reforçando esta caminhada, foi celebrado em todo o Brasil um Ano Vocacional. O objetivo principal foi o de instituir um tempo, o mês de agosto, voltado prioritariamente para a reflexão e a oração pelas vocações e ministérios.
Por que tamanha importância dada ao tema vocação? Porque a vocação é o início de tudo. Quando ouvimos ou usamos a palavra vocação, logo a entendemos num sentido bastante vago e geral, como sendo uma inclinação, um talento, uma qualidade que determina uma pessoa para uma determinada profissão, por exemplo, vocação de pedreiro, de mãe, de médico.
Vocação, em sentido mais preciso, é um chamamento, uma convocação vinda diretamente sobre mim, endereçada à minha pessoa, a partir da pessoa de Jesus Cristo, convocando-me a uma ligação toda própria e única com Ele, a segui-lo. Vocação, portanto, significa que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de Jesus Cristo, a quem seguimos com total empenho.
O tema que deve iluminar a reflexão do mês vocacional em 2012 será “Chamados à vida plena em Cristo”, com o lema “Eis que faço novas todas as coisas!” (Ap 21,5). Ao longo do mês de agosto, recordamos os quatro tipos de vocações existentes na Igreja:

' Vocação para a Vida Sacerdotal (Ministros Ordenados) - é o chamado para participar com Cristo de sua Igreja através do sacerdócio. A exemplo de São João Maria Vianney, patrono dos padres, assim devem ser os diáconos, padres e bispos.
' Vocação para a Vida Familiar (Matrimônio) - é o chamado de Deus para constituir uma família, servindo assim à Igreja como pais ou mães dedicados, educando seus filhos na fé e nos bons valores cristãos. Devem se guiar pelo exemplo da Sagrada Família, por isso, celebra-se nessa semana a Semana Nacional da Família.
' Vocação para a Vida Religiosa Consagrada - Deus chama essas pessoas a fazerem parte da Igreja como consagrados, dedicando-se à oração, à contemplação, à evangelização e à promoção da dignidade humana através de seus trabalhos. Expressa-se nos membros de ordens religiosas (freiras e monges) e nos leigos consagrados.
' Vocação para a Vida Laical (Ministros Não-ordenados) - constituem o maior grupo; sendo chamados a participarem da Igreja como leigos (auxiliam nos trabalhos de evangelização). Quando se fala em vocação como leigo, associa-se popularmente à figura do catequista, mas também desempenham esse serviço todos os ministros (Eucaristia, Batismo, Palavra, etc).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sant'Ana: Excelsa Padroeira de Itaúna

Mulher nazarena que apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, era filha de Natã, sacerdote belemita, e de Maria, e foi a mais jovem de três irmãs bíblicas. Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de santa Isabel, que geraria são João Batista.
A tradição diz que Joaquim nasceu em Nazaré, e casou-se com Ana quando ele era jovem. Ele era um rico fazendeiro e possuía um grande rebanho. Como não tivessem filhos durante muitos anos Joaquim era publicamente debochado (não ter filhos era considerado na época uma punição de Deus pela sua inutilidade). Um dia o sacerdote do templo recusou a oferta de Joaquim de um cordeiro e Joaquim foi para o deserto e jejuou e rezou por 40 dias.
Após o casamento de sua filha com Joaquim, Natã também ficou triste de não terem sido agraciados com netos. Ana chorava e orava a Deus para atendê-la. Um dia ela estava orando e um anjo disse a ela que Deus atenderia as suas preces. O anjo disse ainda que o filho que teriam seria honrado e louvado por todo o mundo. Ana teria respondido: "Se Deus vive e se eu conceber um filho ou filha será um dom do meu Deus e eu servirei a Ele toda a minha vida."O anjo disse a ela para ir correndo encontrar com o seu marido o qual, em obediência a outro anjo, retornava com o seu rebanho. Eles se encontraram em um local que a tradição chama de Portão de Ouro. Santa Ana deu a luz a Maria quando ela tinha 40 anos. É dito que Ana cumpriu a sua promessa e ofereceu Maria a serviço de Deus, no templo, quando ela tinha 3 anos. De acordo com a tradição ela e Joaquim viveram para ver o nascimento de Jesus e Joaquim morreu logo após ver o seu Divino neto presente no templo de Jerusalém. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus.
Eram residentes em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santana; e aí, num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa "Senhora da Luz", passado para o latim como Maria.
Seu culto difundiu-se no Oriente, e no século VI o imperador Justiniano mandou erguer-lhe um templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes a veneração expandiu-se também pela Europa. Em uma bula (1584) o papa Gregório XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado mês de sant'Ana. Tendo sido São Joaquim comemorado, inicialmente, em dia diverso ao de Sant’Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria, mãe de Jesus.
São João Damasceno exorta Joaquim e Ana como modelos de pais e esposos cujo principal dever era educar seus filhos. São Paulo diz que a educação dos filhos pelos pais é sagrada.

A devoção a Sant'Ana em Itaúna

Itaúna tem Sant'Ana, Mestra e Mãe de Maria, como sua padroeira desde os tempos remotos de seu povoamento (aproximadamente 1710), quando aqui chegaram nossos três fundadores trazendo consigo a imagem da Senhora Sant'Ana e edificaram no alto do morro uma grande cruz de madeira. Um dos três, o sargento-mor Gabriel da Silva Pereira casou-se e fixou-se na região; desse modo, mandou construir um oratório junto ao cruzeiro para que sua esposa pudesse realizar seus deveres religiosos.
Por volta de 1750 o primeiro bispo de Mariana, D. Frei Manoel da Cruz autoriza a construção de uma capela, mas esta deveria ser construída no lugar do oratório e dedicada à Sant'Ana, já tida então como patrona das terras do que seria, no futuro, a cidade de Itaúna. Atualmente, esta capela é a Igreja Nossa Senhora do Rosário.
A devoção à Santa Mãe de Maria é tão forte que o primeiro nome de Itaúna foi Sant'Ana do São João Acima. O povo itaunense dedica a ela a principal e mais bela igreja do município: a Matriz, localizada na Praça Doutor Augusto Gonçalves, no centro.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Festa de Sant'Ana 2012

"Ano da Fé, convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor"


A paróquia Sant'Ana de Itaúna convida a todos para as comemorações da festa da padroeira da cidade e da matriz paroquial neste ano de 2012, de 17 a 26 de julho na Igreja Matriz Sant'Ana. Dos dias 20 a 28 haverão barraquinhas na Praça após as celebrações.

- 19/7 (quinta-feira)                                                                                                                  
19h - Celebração Eucarística no Rito Maronita (Oriental)
         Celebrante: Monsenhor Michel El Bitar (Paróquia Nossa Senhora do Líbano / BH)

- 20/7 (sexta-feira)                                                                                                                     
19h - Celebração Eucarística
         Celebrante: Dom Tarcísio Nascentes dos Santos (Bispo Diocesano de Divinópolis)

- 21/7 (sábado)                                              
19h - Celebração Eucarística
         Celebrante: Monsenhor Paulo Pereira

- 22/7 (domingo)                                          
19h - Celebração Eucarística
         Celebrante: padre Paulo Sérgio Mendes

- 23/7 (segunda-feira)                                   
19h - Celebração Eucarística
         Celebrante: padre Chrystian Shankar

- 24/7 (terça-feira)                                        
19h - Celebração Eucarística
         Celebrante: padre Adão Teixeira

- 25/7 (quarta-feira)                                      
19h - Celebração Eucarística
         Celebrante: padre Carlos A. Medeiros

- 26/7 (quinta-feira)                                                                                                                   
DIA DA PADROEIRA SANT'ANA
10h - Celebração Eucarística
         Celebrante: padre Marcos Antônio Rocha
17h30 - procissão festiva com a imagem de Sant'Ana. Em seguida, solene Celebração Eucarística, presidida por padre Francisco Cota (pároco) e concelebrada pelos padres Nilo, Adriano e Joaquim (vigários paroquiais).

- 27/7 (sexta-feira) e 28/7 (sábado)                                                                                             
19h - Celebração Eucarística
         Após as celebrações haverá barraquinhas.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

16 de julho: Nossa Senhora do Carmo

Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor"): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, onde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem.
Os primeiros carmelitas, em fins do século XII depois de Cristo (mais de dois mil anos depois da vida do profeta Elias) decidiram formar uma comunidade no Monte Carmelo. Atraídos pela fama e tradição do profeta Elias, ali fundaram uma capela e em torno dela construíram seus quartos ou "celas". Escolheram Elias como Pai Espiritual e exemplo de vida monástica de oração e testemunho Profético em meio a um mundo dominado pelas injustiças.
Dedicaram a capelinha à Virgem Maria e sob sua proteção dedicaram-se à imitação de suas virtudes, procurando levar uma vida fixa em Deus. Chamaram a Maria "Senhora" do lugar, segundo os costumes feudais, e renderam a Ela serviço de dedicada doação dos primeiros carmelitas: Homens simples, irmãos, sem muita instrução. Os peregrinos e cruzados que os visitaram, começaram a chamá-los IRMÃOS DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO. Receberam este titulo por causa da capela dedicada a Maria; figura central na vida daqueles monges, que levavam uma vida contemplativa, a serviço do Senhor, a exemplo de Elias.
A sua tranquilidade foi interrompida por ocasião da segunda investida dos mouros, por volta do ano de 1235. Os mouros retornaram a Terra Santa movendo feroz perseguição contra os cristãos. Os carmelitas dividiram-se em dais grupos: um, que Permaneceu no Monte Carmelo; os monges foram massacrados e o mosteiro incendiado; o segundo grupo refugiou-se na Sicília, Creta, Itália e finalmente na Inglaterra, no ano de 1238.
Na Inglaterra, os irmãos fundaram um mosteiro em Aylesford, onde procuraram imitar a vida do deserta do Monte Carmelo. É um lugar de beleza natural, próprio para a prática da oração e a vida de reflexão e meditação. Aqui começa uma nova época da vida dos irmãos dá Virgem Maria. Imitando o exemplo dos primeiros Irmãos, o Prior Geral dos Carmelitas, São Simão Stock, recorreu à oração. Simão era um homem considerado por todos os Irmãos como um homem de intensa oração, de entrega total, devoção e amor à Mãe do Carmelo, a Virgem Maria. Diz a tradição: na noite do dia 16 de julho de 1251, Simão, mergulhado na oração, dirigiu-se a Virgem Maria e pediu-lhe o "privilégio feudal" a proteção da "Senhora" sobre seus vassalos em tempos de perseguição e dificuldades. Pediu-lhe que ajudasse a seus irmãos, porque estes sempre se mantinham fiéis a seu serviço e agora necessitavam de sua ajuda.
Durante esta oração, apareceu-lhe a própria Virgem Maria, rodeada de anjos. Entregou-lhe a Escapulário que tinha em suas mãos e disse-lhe: "Recebe, meu filho muita amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno".
Depois disto, Simão chamou todos os frades e explicou o que havia acontecido. Acrescentaram o Escapulário ao hábito e começaram a cantar esta maravilhosa aventura da Virgem Maria para ajudar os carmelitas. De toda a Inglaterra, o povo dirigia-se aos carmelitas, pedindo o Escapulário, para poder compartilhar deste favor, de Maria e gozar de sua proteção. Terminou a perseguição, dai por diante ninguém mais se atrevia a molestar a tranquilidade da Ordem favorecida pela própria Virgem Maria. Forçosamente tinham que aceitar os Irmãos dela.
O escapulário é um sinal aprovado pela igreja e aceito pela Ordem do Carmo como manifestação extrema de amor a Maria, de confiança filial nela e do compromisso de imitar a sua vida. A palavra "escapulário" indica uma vestimenta que os monges usavam sobre o hábito religioso durante o trabalho manual. Com o tempo assumiu um significado simbólico: o de carregar a cruz de cada dia, como os discípulos e seguidores de Jesus. Em algumas Ordens religiosas, como no Carmo, o Escapulário tornou-se um sinal da sua identidade e vida. O escapulário simbolizou o vínculo especial dos carmelitas com Maria a Mãe do Senhor, que exprime a confiança na sua materna proteção e o desejo de imitar a sua vida de doação a Cristo e aos outros. Transformou-se assim num sinal mariano.
Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: "Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo - e ainda - escapulário não é 'carta-branca' para pecar; é uma 'lembrança' para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte". Também sobre a Virgem do Carmo testemunha o cardeal Piazza: "O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual".

sábado, 23 de junho de 2012

24 de junho: Natividade de São João Batista

A relevância do papel de São João Batista reside no fato de ter sido o "precursor" de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.
Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.
Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João. Depois disso, Maria foi visitar Isabel. "Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre ! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite ?'" (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.
Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência - que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: " Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo". João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.
A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, retruca: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28) e " não sou digno de desatar a correia de sua sandália". (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". (Jo 1,29).
João batizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: "Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim ?" (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante. Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo Marcos, enterrado por seus discípulos.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

13 de junho: Santo Antônio de Pádua

O grande Santo de Pádua – ou de Lisboa, sua cidade natal – embora com uma curta existência terrena, tornou-se um dos santos mais populares do mundo, sendo venerado tanto no Oriente quanto no Ocidente.
Fernando nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de 1191. Seus pais eram de nobre linhagem: Fernando Martins Afonso de Bulhões e Maria Taveira. Moravam bem de frente à catedral. Nessa escola episcopal, Fernando recebeu a instrução cristã e elementar. Adolescente ainda entrou para o seminário dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, de onde ele mesmo pediu transferência para Coimbra (a quase 200 quilômetros de distância) a fim de continuar seus estudos. com mais sossego, sem a atrapalhação das contínuas visitas de parentes e amigos que queriam persuadi-lo a desistir da "sua" vocação. Fernando era um jovem que sabia o que queria: dedicar-se de corpo e alma a Deus e aos estudos da Bíblia Sagrada. Um dia encontrou-se com 5 frades franciscanos. Amor à primeira vista: viu neles todo o Evangelho vivido na simplicidade, na alegria, na humildade e na generosidade.
Estavam de saída para Marrocos, para pregar a "PAZ" e o "BEM", como dizia o fundador deles, Francisco de Assis, ainda vivo, na Itália. Tempos depois, diante das relíquias dos 5 primeiros mártires franciscanos, Fernando não teve mais dúvidas: trocou todo aquele aparato clerical cheio de hipocrisia que ele conhecia pela simplicidade do Evangelho vivido na fraternidade e no anúncio do Reino de Deus a povos pagãos. Trocou até o nome. De Fernando passou a ser chamado Antônio, frei Antônio e, jovem ainda, teve um só desejo: morrer mártir como aqueles 5 frades e "merecer, assim, junto com eles, a coroa da glória."
Uma febre sem tamanho, na África, deixou-o prostrado meses na cama. Decide voltar a Portugal, sua ter­ra natal. Porém, os ventos sopram seu navio na direção da Itália e ali ele começa co­locar-se definitiva­mente nos passos de Deus. Na grande reunião dos frades (3.000) em Assis, encontra-se com Francisco, com milhares de irmãos que segui­am o mesmo ideal e, mais tarde, com Clara de Assis... Mu­dança radical na sua vida, no seu desejo.
Terminada a grande assembléia, em maio de 1221, escolhe o silêncio: nada mais diz sobre sua preparação, seus estudos, sua competência. Na cidade de Forli, durante uma ordenação sacerdotal, na catedral lotada de padres, irmãs, freis e fiéis, é convocado pelo superior a fazer a pregação. Daqueles lábios há tanto tempo calados surgem, de repente, como de uma fonte viva de água cristalina, as palavras mais comoventes, os exemplos mais convincentes, os estímulos mais penetrantes. Todos, do bispo ao provincial frei Graciano, dos frades às irmãs, dos padres aos fiéis, to­dos ficam admirados pela eloqüência, pela sabedoria e pela profundidade daquele frade até então desconhecido. Dali para frente, todos chamam a frei Antônio e ele passa a percorrer as estradas, sobretudo as do norte da Itália e as do sul da França e, nos últimos anos, (1229-1231), os caminhos de Pádua, anunciando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Percorrendo as estradas da Europa, frei Antônio percebe a fraqueza do povo na prática da fé, vítima às vezes das inúmeras heresias e erros da época. Francisco o admira e envia-lhe um bilhete pedindo que a mesma sabedoria que lhe deu uma profunda experiência de Deus, ele a transmita a seus confrades.
Mas, em junho de 1231, sente as forças faltarem-lhe completamente. Pede para voltar a Pádua. Percorre os 20km em carro de boi, moribundo. Em Arcella, às portas da cidade de Pádua, num quartinho humilde do convento das Irmãs Clarissas Franciscanas, exala o último suspiro, cantando com voz tênue: "Gloriosa Senhora - sobre as estrelas exaltada - alimentaste em teu seio Aquele que te criou". Olhando um ponto fixo, consegue ainda exclamar: "Estou vendo o meu Senhor". E morre. Não chegara aos 40 anos.
Onze meses depois, em 30 de maio de 1232, na catedral de Espoleto, Itália, foi proclamado Santo pelo papa Gregório IX.