domingo, 29 de abril de 2012

Domingo do Bom Pastor

Sete semanas, encabeçadas por sete Domingos, constituem o chamado Tempo Pascal, durante o qual a Igreja continua celebrando com particular ênfase a Páscoa da Ressurreição, solenidade máxima e coração de toda Liturgia.
O quarto Domingo da Páscoa é chamado de “Domingo do Bom Pastor”, pois assim Jesus se autodenomina no evangelho desse dia, através de uma parábola (Jo 10, 11-18).
Pedagogo por excelência, Jesus assim se incultura falando aos seus contemporâneos com uma imagem que lhes era familiar. Nada era mais corriqueiro no tempo de Jesus do que o pastoreio das ovelhas. Aliás, toda história bíblica está impregnada pela imagem do pastor.
Observa Jesus que “o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. Com seu cajado ele corajosamente enfrenta os animais selvagens que atacam o rebanho. Apoiado em seu cajado ele procura até encontrar, pelos vales e montanhas, a ovelha desgarrada. Carrega nos seus braços a ovelha ferida ou que amamenta.
À figura do bom pastor Jesus contrapõe a do mercenário que não é pastor, a quem as ovelhas não pertencem e que vendo o lobo chegar foge e deixa o lobo atacar e dispersar as ovelhas.
O verdadeiro pastor quer bem e conhece cada uma de suas ovelhas e as chama pelo nome. E as ovelhas conhecem o seu pastor, ouvem e seguem seu chamado. Há como que um “relacionamento afetivo” entre o pastor e as ovelhas.
Dizendo-se bom pastor, Jesus afirma: “Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas”.
E Jesus universaliza sua missão num anseio de unidade ao dizer que há ovelhas que não o conhecem mas que “escutarão a sua voz e haverá um só rebanho e um só pastor”.
Com a simbologia do pastor, Jesus define sua missão na história e na vida de cada um de nós. Ele veio para ser o pastor de todos e por todos deu a vida.
Pastor que se identifica conosco num conhecimento tão profundo e íntimo que Jesus o compara ao conhecimento que há entre Ele e o Pai!
Pastor pregado numa cruz, morto, sepultado e ressuscitado. Pastor presente no meio de nós, caminhando conosco.
Se Cristo é o pastor por excelência, todos somos chamados a ser pastores por participação, com humildade, seguindo seu exemplo e seus ensinamentos.
Pastor é o papa, pastores são os bispos, os ministros do Senhor. Pastores podemos ser todos nós, pais e mães de família, adultos, jovens e crianças. Pastores e pastorinhos!
Pastores ou pastoras nós o somos de verdade, se amamos os irmãos como Cristo nos amou e por nós se entregou, se procuramos ser solidários e fraternos, se nos preocupamos com os outros, se fazemos de nossa vida um serviço e uma doação.
Todos, porém, podemos correr o risco de ser mercenários. Mercenário é o oposto do pastor. Ele só pensa em si mesmo, só trabalha pelo dinheiro, não vivencia a profissão que exerce, não se envolve, não pensa no bem dos outros, é interesseiro, é egoísta.
Há mercenários no mundo da política, da educação, da saúde, do trabalho, do esporte etc. Infelizmente há também mercenários na condução de tantas comunidades cristãs ou não. Pelo seu modo de agir e pelas suas obras nós os reconheceremos.
Diante de Jesus Bom Pastor, Supremo Pastor das ovelhas, roguemos para que Ele nos livre de sermos mercenários e nos conceda um pouco de sua fortaleza para humildemente exercermos a missão de bons pastores onde quer que nos encontremos.

domingo, 15 de abril de 2012

Festa da Divina Misericórdia

A Festa da Divina Misericórdia que ocorre no primeiro domingo depois da Páscoa, estabelecida oficialmente como festa universal pelo Papa João Paulo II. 
"Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão" (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).
Encontra suas origens em Santa Maria Faustina Kowalska,   que na década de 30 obteve de Jesus, revelações acêrca da instituição dessa festa no seio da Igreja, bem como profecias e manifestações que o próprio Cristo mandou que as escrevesse e  retransmitisse à humanidade.  Foi Jesus quem pediu a instituição da festa da Divina Misericórdia a Santa Faustina. Jesus se refere a ela 14 vezes, expressando o imenso desejo do Seu Coração Misericordioso de distribuir, neste dia, as Suas graças.
"Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 570).
"Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia;   a alma que se confessar e  comungar alcançará o perdão total das culpas e castigos; nesse dia estão abertas  todas as comportas Divinas, pelas quais fluem as  graças; 
"Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate. A minha misericórdia é tão grande que por toda a eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem angélica. Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia" (Diário, 699).
"Dize à humanidade que sofre que se aproxime do meu coração misericordioso, e eu a cumularei de paz (Diário 1074)
Irmã Faustina era polonesa, natural da vila de Glogowiec, perto de Lodz, a terceira de uma prole de dez filhos. Aos vinte anos entrou para a Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, cujas irmãs se dedicavam à assistência de moças desvalidas ou em perigo de seguir o mau caminho.  Em 1934,  por indicação de  seu diretor espiritual,  iniciou um diário que intitulou "A divina misericórdia em  minh'alma".  A narração pormenorizada de profundas revelações e de experiências espirituais extraordinárias revela o modo pelo qual Nosso Senhor deseja incumbi-la de uma missão particularíssima - ou seja - a de relançar no mundo a  mensagem da sua misericórdia unida a novas formas de culto quais sejam uma imagem e uma festa comemorativa. 
A missão da  irmã Faustina iniciou-se em 1931, quando o misericordioso Salvador lhe aparecer em característica visão:  Ela vira de fato Jesus envolto em uma túnica branca. Tinha a mão direita alçada no ato de abençoar, enquanto a esquerda pousava no peito, onde a túnica levemente aberta deixava sair dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. A irmã fixou em silêncio o olhar surpreso no Senhor: a sua alma, de início espantada, sentia progressivamente exultante felicidade. Disse-lhe Jesus:  
"Pinta uma imagem de acordo com o modelo que vês com a inscrição embaixo: Jesus, eu confio em Vós! Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na vossa capela e  depois no mundo inteiro. 
"Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá.  Prometo também a  vitória sobre os inimigos já nesta terra mas  especialmente na hora da morte.  Eu mesmo a defenderei com a minha própria glória."
"Ofereço aos homens um recipiente com o qual deverá vir buscar graças na fonte da misericórdia. O recipiente é esta própria imagem com a inscrição:  Jesus, eu confio em Vós!"
A pedido de seu diretor espiritual, irmã Faustina perguntou ao Senhor qual era o significado dos dois raios que tanto se destacavam na imagem:  
"Os dois raios representam o sangue e a água. O raio pálido representa a água que justifica as almas, o vermelho representa o sangue, vida das almas.  Ambos os raios saíram das entranhas da minha misericórdia quando na cruz, o meu coração agonizante na  morte foi aberto com a lança". 
"Estes raios defendem as  almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a proteção deles, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus." 
Em outras ocasiões, Jesus voltou a falar  sobre a imagem: 
"O meu olhar naquela imagem é igual ao meu olhar na Cruz"
"Mediante esta imagem concederei muitas graças às almas;  ela deve recorrer às exigências da  minha misericórdia, pois que a fé, mesmo se fortíssima, nada adiantará sem as obras".
"Não na beleza da cor, nem na habilidade do artista, mas na minha graça está o valor desta imagem"

Três da tarde: A Hora da Misericódia

"Às três da tarde, implora à minha misericórdia, especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a minha Paixão, sobretudo sobre o abandono em que me encontrei no momento da minha agonia. Esta é uma hora de grande misericórdia para o mundo inteiro. Nesta hora não negarei nada a alguma que me pedir em nome da minha Paixão. (n. 59)
"Todas as vezes que ouvires soar três horas da tarde, mergulhe toda na minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Invoca a  sua onipotência para o mundo inteiro, especialmente para os pobres pecadores porque é nessa hora que estará largamente aberta para cada alma. Naquela hora obterás tudo para ti e para os outros. Naquela hora o mundo inteiro recebeu uma grande graça: A misericórdia venceu a justiça.
"Procura nessa hora realizar a Via Sacra, se os teus deveres não te impedirem. Se não for possível vai um momento à capela e venera o meu Coração cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à capela, recolhe-te um momento em oração no lugar onde te encontrares. 
Eis uma invocação que se pode dizer às três horas da tarde e que Irmã Faustina repetia freqüentemente durante o dia, para renovar a  sua consagração à Divina Misericórdia: 
"Ó Sangue e Água que jorras do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, confio em Vós".

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quinta-feira Santa

Principais pontos e sua dimensão litúrgica

Neste dia ocorrem duas importantes celebrações: na parte da manhã ocorre nas catedrais a Missa dos Santos Óleos ou do Crisma, devido ao principal óleo abençoado nesse dia - o Santo Crisma. Esta, é também chamada Missa da Unidade, pois é concelebrada pelo clero diocesano. A outra celebração é a da Instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e do Mandamento Novo, popularmente conhecida como Cerimônia de Lava-pés. Além disso, a Quinta-feira Santa dá início ao Tríduo Pascal, que compreende os dias que antecedem ao Domingo da Páscoa, dia em que comemoramos a Ressurreição de Cristo, sua vitória sobre o pecado e a morte.
1. Missa dos Santos Óleos ou do Crisma:
A missa dos santos óleos é celebrada pelo Bispo Diocesano, na catedral, com todos os sacerdotes de sua Diocese, em sinal de comunhão e unidade. Nesta missa são abençoados os santos óleos que serão usados durante o ano para ungir os batizados, crismandos e os doentes.
Durante toda a quaresma não se canta o glória, mas na missa do Crisma ele aparece cantado. Durante o canto, tocam-se os sinos que depois ficarão silenciosos até a vigília pascal.
Jesus comunicou o seu sacerdócio aos apóstolos e estes sucessivamente á Igreja, através dos Bispos e Padres. Os padres renovam neste dia os seus compromissos sacerdotais de servir a todos, como Jesus fez. Celebrar os sacramentos e levar a palavra de Deus a todo o povo. O óleo é um sinal de benção de Deus.
2. Missa do Mandato, da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ou do Lava-pés:
À noite é celebrada a solene missa do Mandato com a cerimônia do Lava-pés. Essa cerimônia nos faz lembrar o exemplo de humildade que Jesus nos quis dar, ajoelhando-se diante de seus discípulos e lavando-lhes os pés. “vós, me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vós lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.” (Jo. 13.13,15).
Na missa da ceia do Senhor (lava-pés) começa o tríduo pascal, onde recordamos a instituição da eucaristia, do sacerdócio e onde Jesus deixou o maior mandamento sobre a caridade fraterna: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Na quinta-feira a noite celebramos a ultima ceia de Jesus com os apóstolos, que foi a celebração da primeira missa. Neste dia não se reza por intenções particulares. A eucaristia que celebramos só terá sentido de comunhão, se nossa comunidade "partir o pão" com aqueles que têm fome.
Hoje, em todo mundo, se recorda a instituição da eucaristia pelo próprio Jesus. Conseqüentemente se recorda a instituição do sacerdócio. Uma das funções mais importantes do sacerdote é renovar, em cada missa, o memorial da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Na celebração do lava-pés existem dois sentimentos: alegria e tristeza. Alegria porque o altar está enfeitado e porque podemos cantar glória, onde os sinos tocarão pela ultima vez. Tristeza pela morte de Jesus. Também nessa celebração recordamos a cena do lava-pés. Lava - pés é um sinal de serviço. É através deste simples gesto que os apóstolos se tornam participantes da salvação de Jesus. Lavar os pés é servir com amor aos irmãos, sem olhar se eles são maiores ou menores. É atender as necessidades.
Terminada a missa do mandato, acontece a procissão do Santíssimo Sacramento. O Santíssimo Sacramento ficará exposto à adoração dos fiéis até a meia noite.

Já nos preceitos e pontos litúrgicos desse dia, destacam-se a instituição do Sacerdócio e da Eucaristia (última ceia de Jesus) e o gesto do Lava-pés.
3. Última Ceia:
Jesus manifesta o desejo de celebrar a Eucaristia com os seus discípulos, mas não sem antes ensinar-lhes seu verdadeiro sentido. Em torno de uma mesa familiar, interrompe a refeição e mostra-lhes por meio de um gesto sublime que Eucaristia e amor-serviço estão intimamente interligados.
A eucaristia só é verdadeira comunhão se nela estiver presente a dimensão da fraternidade, do amor, da doação. Sentar-se á mesa com Jesus para celebrar a Eucaristia implica em abaixar-se para lavar os pés uns dos outros. Comungar é antes de tudo comprometer-se com o projeto de vida de Jesus na última ceia, ao lavar os pés dos discípulos, foi mostrar-nos que sem a partilha da própria vida não há vida eucarística.

4. O Lava-pés:
Jesus se ajoelha em frente a cada um de seus discípulos e lava os pés durante a refeição. Ao tirar o manto, Jesus se despiu de qualquer função ou status social. Fez – se humilde. E com sua profunda humildade ao lavar os pés de seus discípulos, rompem – se as barreiras da raça, da cor, da cultura dos povos e nações, pois é gesto profundamente humano e divino.
Estamos à frente de um Deus que se torna pequeno e pobre, que desce na escala da promoção humana, que escolhe o último, que assume o lugar do servo ou do escravo. De acordo com a tradição judaica, o escravo lavava os pés do senhor e, algumas vezes, as esposas lavavam os pés do marido ou os filhos lavavam os pés do pai. Com o lava pés, Jesus ensina – nos a viver do jeito que ele viveu: uma vida de serviço, entrega e amor.
No tempo de Jesus, quando patrão chegava em casa, com os pés suados ou empoeirados o escravo tinha que lavar os pés dele, ou então sua mulher. Jesus, como patrão (senhor) inverte as coisas. Ele toma a iniciativa de lavar os pés dos discípulos, seus súditos. Ele assume o papel de escravo. O gesto expressa todo o sentido de sua missão, pois “Ele não veio para ser servido, mas para servir”, veio para “dar a vida”. Nisso consiste seu senhorio. Ele é senhor precisamente na arte de fazer – se servo, escravo de todos. Assim deve ser também o apóstolo e discípulo dele. Ele deu o exemplo para que façamos a mesma coisa que fez. E o que significa ser escravo, ser servo nos dias de hoje?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Liturgia Oficial x Religiosidade Popular

O título acima nos remete à tantas festas de nossa Igreja, porém aqui veremos apenas a presença destes dois elementos dentro do que estamos celebrando: a Semana Santa.
Algumas celebrações são pertencentes à liturgia oficial da Igreja Católica, como o Domingo de Ramos, o Tríduo e a Vigília Pascal e o Domingo da Páscoa. Por outro lado, a piedade popular estabeleceu a procissão do depósito (Nossa Senhora das Dores e Nosso Senhor dos Passos), a celebração do encontro entre Mãe e Filho, as encenações, o descendimento da cruz e a tradicional procissão do enterro de Cristo, realizada na sexta-feira à noite.
Piedade popular é a maneira de o povo viver sua fé, seguindo tradições espirituais que vêm de séculos. Na Idade Média, a liturgia se afastou do povo e se tornou um assunto do clero. Era feita em latim, que não era mais a língua do povo. Este, distante, criou sua forma de se relacionar com Deus partindo, sobretudo, dos aspectos humanos da vida de Cristo, como Nascimento, Paixão, Eucaristia, dores de Maria, devoções aos santos, relíquias, santuários e devoções, como o terço, a via-sacra. Salienta-se neste tempo a humanidade de Cristo. A própria estrutura eclesial assumiu a piedade popular. Essa piedade sustentou e santificou o povo por séculos. E ainda é importante: como é uma cultura, não se muda de um dia para o outro.
A piedade popular é diferente do culto litúrgico, que é "o culto oficial prestado pela Igreja Católica com Cristo e por Cristo a Deus". Porém, apesar dessa diferença, "tem acontecido ao longo dos séculos que certas expressões da piedade popular passaram à liturgia (festas do Natal, do Sagrado Coração de Jesus, do Imaculado Coração de Maria, etc.)".
Mas, a piedade popular não é contraditória com a liturgia, sendo aceite e até, em muitas vezes, recomendada pela Igreja. Porém, é de salientar que ela não pode substituir a liturgia e todas as pessoas que a praticam devem estar sempre lembrados que todo o culto católico é, em última instância, dirigido e prestado à Santíssima Trindade.
Por outras palavras, a liturgia é o critério, o culto oficial, a forma vital da Igreja no seu conjunto alimentada directamente pelo Evangelho. A religiosidade ou piedade popular significa que a fé cria raízes no coração dos diversos povos, entrando a fazer parte do mundo da vida quotidiana. A piedade popular é a primeira e fundamental forma de "inculturação" da fé, que deve continuamente deixar-se orientar e guiar pelas indicações da liturgia, mas que, por sua vez, a fecunda a partir do coração.